O suíço Séverin Guelpa é artista e curador. Vive e trabalha em Genebra. Além das exposições regulares, é o fundador e diretor do projeto MATZA, que reúne artistas e arquitetos em territórios emblemáticos. Mestre em Ciência Política pela Universidade de Genebra e mestre em Artes Visuais pela HEAD, Escola de Arte e Design de Genebra.
Séverin Guelpa
Quando a linha encontra a raiz
O projeto foca na pequena comunidade do Horto que vive à beira da Floresta da Tijuca, na sombra dos edifícios sempre crescentes.
O Rio é a cidade das vertigens, inspiradas pela beleza de suas paisagens e pelas tonturas causadas por profundas desigualdades sociais, espaciais e raciais. Abordar a questão do Brasil e sua floresta significa tomar consciência do verdadeiro desastre ecológico e humano. Uma política de terra queimada que o atual governo brasileiro conduz, com a destruição do ecossistema natural do país e dos frágeis equilíbrios que existiam dentro da sociedade.
O contexto precário de dois anos de pandemia de Covid agravou ainda mais. Quando a linha encontra a raiz procura entender a cidade através das margens de seu território, as zonas fronteiriças, muitas vezes borradas e às vezes relegadas, que marcam o limite entre o espaço das cidades e a floresta tropical. O projeto foca na pequena comunidade do Horto que vive à beira da Floresta da Tijuca, na sombra dos edifícios sempre crescentes. Uma pequena área, localizada atrás do Jardim Botânico, cuja história está fortemente ligada. Há quase dois séculos, os moradores do Horto lutam por direitos e reconhecimento de terras que lhes foram prometidas, mas nunca garantidas. Uma precariedade permanente de um destino incerto para população que tem que confiar em si, desenvolvendo laços únicos de solidariedade, interdependência entre eles e a natureza.
Enquanto o desenvolvimento das cidades mostra seus limites e a solidariedade se desmorona, a comunidade do Horto oferece um exemplo a ser seguido.
Realização
Produção